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Era por volta de 3h desta quinta-feira (14) quando a dona de casa Maria Lúcia Almeida Santos, 51 anos, terminava de aprontar a quentinha do filho, o vigilante Ângelo Adriano Santos de Sena, 23, que dormia no andar de cima da residência.
A família, que mora na Rua Domingos Caetano, no bairro do Barbalho, teve a casa invadida por dois homens armados e encapuzados que, sem falar nada, atiraram duas vezes contra Ângelo. Ele não resistiu e morreu na frente da mãe e da avó.
“Meu filhinho e minha mãe estavam dormindo, eu estava terminando a quentinha dele para dormir também, quando ouvi o baque do portão. Eles entraram com as armas apontadas, meu filho desceu e tomou a ‘rebombada'”, contou Maria ainda em estado de choque. Os assassinos precisaram arrombar três portões para ter acesso à casa, que tem dois pavimentos, para chegar até a vítima. De acordo com a mãe de Ângelo, os bandidos foram embora em seguida.
Em nota, a Polícia Militar informou que, por volta de 3h, desta quinta-feira (14), policiais da 2ª Companhia Independete da Polícia Militar (CIPM/Barbalho) foram acionados com a informação de que um homem foi vítima de disparos de arma de fogo na Rua Domingos Caetano, no bairro do Barbalho. “Ao chegar no endereço, os policiais constataram o fato e o local foi isolado”, completa a nota. Os momentos de horror vividos pela família durante a madrugada foram lembrados também pela avó do vigilante, a aposentada Alexandrina Mendes de Almeida, 84. Visivelmente debilitada, ela disse que nunca vai se conformar.
Querido no Barbalho
Ângelo Adriano foi nascido e criado no Barbalho. Evangélico, ele não tinha filhos e há sete meses trabalhava como vigilante em uma empresa no bairro de Mussurunga e estava escalado para o plantão esta manhã. Durante toda manhã a mãe e a avó da vítima receberam visitas de amigos e vizinhos – a maioria deles demonstrou surpresa ao saber a maneira como ocorreu o crime.
Ângelo Adriano foi nascido e criado no Barbalho. Evangélico, ele não tinha filhos e há sete meses trabalhava como vigilante em uma empresa no bairro de Mussurunga e estava escalado para o plantão esta manhã. Durante toda manhã a mãe e a avó da vítima receberam visitas de amigos e vizinhos – a maioria deles demonstrou surpresa ao saber a maneira como ocorreu o crime.
Amigo da vítima há dez anos, o microempreendedor Danilo Sávio Rocha, 34, conta com orgulho que foi o responsável por conseguir o o emprego para Ângelo. “Indiquei, ele começou como folguista e logo foi efetivado. Meu choque é lembrar o cara que ele era, o caráter, a parceria. Não há nada que justifique isso”, lamentou Danilo. Para o tio da vítima, o autônomo Alberto Carlos de Almeida, 53, o crime está cercado de mistérios. “Ele era um menino ótimo, sempre foi. E não é porque era batizado na igreja, não, é porque tinha muito caráter e personalidade”, disse.
O caráter do vigilante também foi citado por outro tio, o mensageiro Heitor José de Almeida, 45. “A gente pensa, pensa e não chega a uma conclusão. Um menino o que ia de casa para o trabalho, do trabalho para casa e de casa para a igreja” pontuou.
Conforme amigos, o jovem gostava de jogar bola e costumava ficar sempre na rua em que mora. Ele não tinha namorada e, segundo a família, estava feliz no trabalho. Há três anos, segundo amigos, Ângelo chegou a trabalhar por dois anos encadernando jornais na Tribuna da Bahia.
O maior sonho, atualmente, era tirar a Carteira de Habilitação, já que gostava muito de dirigir. “Ele dirigia muito bem, e sabia pilotar também, mas como era certinho, queria estar habilitado”, contou o amigo, o segurança Josinval Melo, 28. Adriano era o filho mais novo de Maria, que tem uma outra filha de 25 anos.
Abalada, ela não quis comentar a morte do irmão. Na casa em que a família mora há mais de 30 anos, durante a manhã, ainda havia vestígios e cheiro de sangue. A quentinha que a mãe fez para Adriano, permanecia sobre o fogão. A família ainda não definiu horário e local do sepultamento de Ângelo. O crime deve ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
fonte: Correio da bahia