Juiz vê indícios de fraude na licitação das obras da Barra, mas afasta envolvimento de Neto

Juiz vê indícios de fraude na licitação das obras da Barra, mas afasta envolvimento de Neto
Foto: Reprodução 
O delator e ex-executivo da Odebrecht, André Vital de Melo, afirma que houve combinação entre a Odebrecht, a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez na licitação para as obras de requalificação da orla da Barra, em Salvador, para que sua companhia sagrasse vencedora no certame. 
O caso foi remetido pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), para a 17ª Vara da Justiça Federal na Bahia. Aqui, a relatoria do processo ficou com o juiz federal Antônio Oswaldo Scarpa. Em seus despachos, o magistrado afastou a responsabilidade do prefeito ACM Neto no caso após analisar os autos. No entanto, ressaltou que se surgir novidades que apontem para o envolvimento do democrata no caso, o processo deverá ser remetido para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
A princípio, o Ministério Público Federal (MPF) apontava que o delator André Vital de Melo relatou o possível envolvimento ou “ao menos conivência do atual prefeito do município de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, em suposta simulação de processo licitatório e direcionamento de contratação em favor da empresa representada pelo colaborador”. Mas Oswaldo Scarpa não chegou à mesma conclusão. “As supostas ilicitudes ali noticiadas dizem respeito à realização do procedimento licitatório com vistas à execução de obras de requalificação da Barra”, aponta o juiz. 
“Especificamente quanto ao prefeito de Salvador, o colaborador André Vital afirmou que, na condição de executivo do grupo Odebrecht, solicitou audiência […] entre abril e maio de 2013 com a intenção de pedir autorização para estudar uma operação urbana consorciada para a cidade de Salvador”, menciona o magistrado em despacho ao qual o BNews teve acesso.
No depoimento ao MPF, Vital relata que ACM Neto informou que a prefeitura estaria preparando uma licitação da obra de requalificação da Barra e que seria um projeto muito importante voltado para a Copa do Mundo. O gestor também ressaltou que parte da obra teria que ficar pronta em fevereiro de 2014 para o carnaval. Segundo Scarpa, essa reunião de negócios foi a única citação feita em referência ao gestor da cidade.
“Das tratativas narradas pelo colaborador com executivos de empresas concorrentes (Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez) acerca do processo licitatório em que a Odebrecht sagrou-se vencedora, no qual “teria havido ajuste ou combinação, frustrando o caráter competitivo do certame”. Neste âmbito, não há menção a eventual participação do prefeito ou de outro agente público”, destacou o relator do processo.
Sobre o processo licitatório que culminou na escolha da construtora Odebrecht para executar a obra, a prefeitura informou que atendeu aos requisitos legais, na modalidade RDC (Regime Diferenciado de Contratação) Integrado. O edital foi publicado no dia 26 de julho de 2013, e as propostas foram abertas em 12 de setembro do mesmo ano.
Segundo a prefeitura, a construtora Odebrecht foi a que apresentou o menor preço (R$ 57.705.106,00), seguida da Queiroz Galvão (R$ 59.050.000,00), Andrade Gutierrez (R$ 59.500.000,00) e do consórcio Terrabras/BSM/SETA (R$ 67.183.426,00). A homologação do resultado foi feita no dia 20 de setembro de 2013.
Na época em que a delação do ex-executivo veio à tona, a prefeitura de Salvador defendeu a regularidade da licitação. “A construtora foi a proponente que apresentou menor preço (R$ 57.705.106,00), seguida da Queiroz Galvão (R$ 59.050.000,00), Andrade Gutierrez (R$ 59.500.000,00) e do consórcio Terrabras/BSM/SETA (R$67.183.426,00)”, detalhou.
Fontes: Bocão News 

Pega Visão

Deixe uma resposta