A Polícia Civil da Bahia afirmou, na manhã desta terça-feira (29), que a chacina com nove mortes, em Mata de São João, foi motivada por crime passional, quando o autor do ato comete a ação por um impulso forte de raiva ou outra emoção, de maneira não premeditada.
Segundo a diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), delegada Christhiane Inocência Coelho, o crime foi classificado como passional pela polícia, pois o alvo seria um homem de prenome Preá. Ele era ex-namorado da atual companheira do autor do homicídio.
“A motivação foi passionalidade combinada com disputas internas pelo controle do tráfico de uma mesma organização criminosa. Mas é bom frisar que a principal motivação do crime foi a passionalidade, estamos trabalhando com o crime passional. As diligências permanecem até a remessa dos autos à Justiça”, explicou Coelho.
Conforme a polícia, Preá estava na casa da ex-sogra quando foi morto. A mulher identificada como Cristiane foi uma das vítimas da chacina.
“Uma das vítimas foi um rapaz reconhecido como Preá, ele que seria supostamente o alvo. O Preá era ex-namorado da atual namorada do executor do crime. Uma das outras vítimas que se encontrava na casa vinha ser exatamente a mãe dessa moça atual namorada do Executor. Foi um crime absolutamente passional”, revelou a delegada.
No homicídio, junto com Cristiane e Preá, três crianças e mais dois adultos ainda foram assassinados. A polícia não revelou ainda a identidade das outras vítimas.
“Possivelmente eram pessoas de uma mesma família nessa casa, mas só vamos ter certeza a partir dos exames. Os corpos estavam carbonizados, não terminou ainda o processo de identificação. Se não tem dados de identificação, não tem como termos nomes delas. Sabemos que são sete pessoas mortas na mesma casa, mas quem eram essas pessoas, só a perícia vai dizer”, afirmou a polícia.
Sobre as duas mulheres que foram assassinadas após o assassinato de Preá e Cristiane, a Polícia explicou que elas estavam em uma residência vizinha e deram abrigo ao jovem que se escondeu e fugiu dos criminosos. A delegada considera que elas foram assassinadas por serem consideradas “ testemunhas” do homicídio pelos bandidos.
“Essas senhoras são verdadeiras mártires dentro dessa barbárie. Considerando ainda as crianças tinham sido as vítimas periféricas de maior impacto, pois a criança sobrevivente sai e pede socorro. Havia um quarto com crianças na primeira casa, uma dessas crianças consegue sair para pedir socorro quando aparece na casa dessas duas senhoras que socorreram essa criança. Foi nessa oportunidade que os executores perseguiram a criança, entraram na casa e também mataram essas senhoras e os filhos delas”, disse Christhiane.
Um bebê de dois anos, que estava na casa de Cristiane, foi preservado e depois foi resgatado pelo pai, de acordo com a polícia.
O garoto sobrevivente está internado na ala de queimados do Hospital Geral do Estado, na capital baiana, em estado gravíssimo, segundo a polícia. Ele sofreu queimaduras em mais da metade do corpo e já prestou depoimento.
Já um dos suspeitos de cometer o homicídio morreu na manhã desta terça-feira (29), após confronto com a polícia.