Quem gosta de uma cervejinha para aliviar o calor da praia, ou do maior Carnaval de rua do mundo, já tem que se preocupar com a temperatura da latinha ou da garrafa. Aí, os gostos variam da estupidamente gelada, com o copo congelado, à bebida levemente resfriada. E para que esta seja a única preocupação de quem bebe, o processo de fabricação da bebida que disputa copo a copo a preferência nacional com a cachaça passa por nada menos que 376 processos de controle de conformidade.
É tão rigoroso que é impossível que o produto chegue ao final da linha de produção sem estar exatamente do modo desejado, diz Laura Aguiar, mestre cervejeira e sommelière (versão feminina dos sommeliers) de cervejas da Ambev. “Eu te confesso que nunca vi, ou soube de um problema no final do processo”.
O processo de fabricação começa bem antes da chegada do produto às cervejarias. No caso da Ambev, o lema, quando se fala de qualidade é o “do campo ao copo” – conceito que é levado além das palavras de efeito. “Todo o processo de fabricação da cevada está sob o nosso controle”, conta. Mesmo no caso de etapas do processo que dependem de fornecedores terceirizados. “Nós fornecemos as sementes que são utilizadas pelos produtores”.
Mas o horizonte temporal ainda se expande mais quando se pensa no processo de fermentação. “Nós temos um banco de fermentação único no mundo”, garante Laura. Segundo ela, a Ambev tem fermentos que são usados para fazer cervejas desde 1800. “Conseguimos, por exemplo, fazer a mesma Skol que é tão apreciada na Bahia, em qualquer lugar do mundo. O segredo está no manuseio dos materiais e nos controles de processos”, afirma.Dentro de uma fábrica de cervejas, como a Cervejaria Pernambuco, em Itapissuma (PE), como a que o CORREIO foi convidado a conhecer pela Ambev, o processo de fabricação da bebida à base de cevada dura entre 10 e 40 dias, a depender do tipo de produto. Mas, quando se leva o processo em conta, percebe-se que o tempo total para a produção de um novo tipo de cerveja pode demorar até 15 anos. É o ciclo entre o início e o fim do cruzamento de novas variedades.
Flor de Lúpulo
O mestre cervejeiro e gerente de processos da Cervejaria Pernambuco, Eduardo Tabosa, com 23 anos de Ambev, se diz um apaixonado pelo que faz. Ele ri quando fala sobre o lúpulo, planta de climas mais frios, que dá à cerveja o amargor característico.
“O lúpulo é que nem uva, tem safras específicas e é diferente de uma região para outra”. Tabosa explica ainda que o lúpulo tem peculiaridades que o fazem até mais específico que as uvas para a produção de vinhos. “Precisa vir da flor da planta. E não é de qualquer planta. Só serve a flor de uma planta fêmea e virgem, ainda por cima”, brinca.
“O lúpulo é que nem uva, tem safras específicas e é diferente de uma região para outra”. Tabosa explica ainda que o lúpulo tem peculiaridades que o fazem até mais específico que as uvas para a produção de vinhos. “Precisa vir da flor da planta. E não é de qualquer planta. Só serve a flor de uma planta fêmea e virgem, ainda por cima”, brinca.
Tabosa acredita que o mercado de cervejas tende a continuar crescendo no Brasil, por conta do contínuo interesse da população por novas experiências. Neste sentido, ele considera que o mercado tem espaços de sobra tanto para marcas que já são campeãs nacionais e líderes de vendas, quando para produtos menos conhecidos, ou mesmo com pequenos nichos de mercados. “Dentro de casa, ou em eventos, as pessoas buscam experiências novas”.
(Foto: Lana Pinho/Divulgação) |
Ele explica que em mercados quentes como o do Nordeste, os produtos mais leves tendem a ter maior aceitação do público. “Skol e Brahma, as cervejas de boteco, tendem a ser as queridinhas por aqui, mas toda a outra gama de produtos vai ser oferecida porque acreditamos que haja espaço para elas em determinadas situações de consumo”, diz.
Presença feminina
E a presença feminina no processo de fabricação de cervejas vai muito além do lúpulo. Danielle Ferreira da Silva, 28 anos de idade e 7 anos de Ambev, trabalha no controle de qualidade das cervejas premium fabricadas em Itapissuma. No setor onde trabalha, sete dos 12 integrantes são mulheres. “A gente sempre brinca dizendo que não é preciso ter barba nem cabelos brancos para entender de cervejas”.
E a presença feminina no processo de fabricação de cervejas vai muito além do lúpulo. Danielle Ferreira da Silva, 28 anos de idade e 7 anos de Ambev, trabalha no controle de qualidade das cervejas premium fabricadas em Itapissuma. No setor onde trabalha, sete dos 12 integrantes são mulheres. “A gente sempre brinca dizendo que não é preciso ter barba nem cabelos brancos para entender de cervejas”.
“Apaixonada” pelo que faz, a jovem natural de Manaus (AM), comemora a oportunidade que está tendo de conhecer o Brasil produzindo cervejas. “Eu entrei como trainee, fui promovida e transferida para São José dos Campos. Agora tenho a oportunidade de estar aqui no Nordeste”, comemora: “Aqui é mais quente”.
Importância
Importância
O presidente da Saltur – Empresa de Turismo de Salvador, Isaac Edington, destaca o papel que Ambev tem no calendário de eventos da capital baiana. “Essa parceria com a Ambev é muito importante para a cidade. Por meio dela, conseguimos viabilizar uma série de eventos. Fortalece a nossa plataforma de eventos importantes para o desenvolvimento econômico da cidade, como o Réveillon, Carnaval e as festas populares”, comenta.
“É justamente por meio destes investimentos que a Ambev tem feito em Salvador no último ano que a gente conseguido realizar eventos com esta magnitude e ao mesmo tempo atrair uma quantidade cada vez maior de turistas para a cidade. Nos ajuda a promover Salvador tanto no Brasil, quanto fora do Brasil”, complementa.
De auxiliar industrial a coordenador de produção cervejeira
O caminho que Danielle quer fazer dentro da Ambev é parecido com o que foi traçado por Elenildo Alves Cunha há 31 anos. Hoje, com 53 anos de vida, ele iniciou na companhia como auxiliar industrial e hoje é coordenador de produção cervejeira – o segundo posto mais importante na área de produção. “Quando entrei, tinha certeza de que estava em um local onde eu teria a oportunidade de crescer”, lembra.
Elenildo diz que direcionou a sua formação acadêmica para uma área que pudesse lhe abrir portas na empresa. Formou-se em biologia e entrou de cabeça no trabalho. “Cerveja é um negócio muito sério. Traz alegria não só na hora em que as pessoas estão bebendo, mas durante o seu processo de elaboração”, destaca Elenildo. Ele diz que criou as duas filhas com o trabalho na Ambev.
Indústria cervejeira investe na retenção de talentos
O gerente de produção da Cervejaria Pernambuco, Rodrigo Siguld, explica que a retenção de talentos é um esforço necessário na indústria cervejeira. O pessoal capacitado é o maior ativo neste mercado, o que estimula a manutenção da equipe, mesmo em períodos de baixa sazonalidade. “A gente sabe que o consumo do produto é sazonal, tem picos em períodos como o Verão. Mas independente disso, não se pode dispensar o conhecimento que as pessoas tem”, explica. Segundo Siguld, o tempo médio de permanência na Cervejaria Pernambuco é de 10 anos.
Neste período, o pessoal passa por treinamentos frequentes e se aperfeiçoa na fabricação dos produtos. A Ambev investiu R$ 400 milhões para ampliar cervejaria em Pernambuco. Esse aporte foi anunciado em 2015 e as obras foram finalizadas esse ano. Com expansão, Pernambuco se tornou o primeiro estado do Nordeste a produzir as marcas premium Budweiser e Stella Artois, além de bebidas do segmento near beer, como a Skol Beats Senses, Spirit e Secret.
A Itapissuma tem uma capacidade de produção de 12,7 milhões de hectolitros em média de bebidas por ano. A unidade abastece todo o mercado do Nordeste, Norte e parte do Sudeste, gerando 880 empregos diretos e 180 terceirizados, sendo que 90% dos profissionais se concentram nas áreas operacionais. Segundo a FGV, para cada emprego direto gerado pela indústria de bebidas, outros 50 são gerados na cadeia.
FONTES: CORREIO 24HORAS