Conselheiro que apontou irregularidades na Fonte Nova vê operação com ‘retardo’
Em 2015, relatório do conselheiro do Tribunal de Contas, Pedro Lino, apontava sobrepreço na Parceria Público-Privada da Arena Fonte Nova. Com dados de estudos feitos pela Controladoria Geral da União e Universidade Federal da Bahia, o TCE detectou que o pagamento anual de R$ 107 milhões do governo da Bahia ao consórcio Odebrecht-OAS era excessivo.
Quase três anos depois, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Brasília) expediu sete mandados de busca e apreensão na casa do governador à época e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, no escritório virtual ‘Parceria Inteligente’ e em mais alguns órgãos estaduais, como a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Casa Civil.
Em conversa com o BNews, o conselheiro Pedro Lino disse que viu a “operação da PF com retardo, mas feliz, afinal foi deflagrada em parte pelo trabalho feito pela auditoria do Tribunal de Contas do Estado”.
Segundo Lino, o relatório do TCE aponta “evidências” de superfaturamento. “Há um sobrepreço imenso. Aquela demolição foi feita, mas não precisava. Era so recuperar. A recuperação custaria R$ 200 milhões. Com a demolição e reconstrução já são R$ 3 bilhões e quem paga é o povo da Bahia”.
Segundo a Polícia Federal, a obra foi superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de R$ 450 milhões. Parte do valor desviado, de acordo com a acusação, foi destinada ao pagamento de propina e ao financiamento de campanhas eleitorais.
A suspeita é de que a licitação que resultou na parceria público-privada que cuidou da obra tenha sido direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações, formada pela Odebrecht e pela OAS.
Fonte: Bocão News